quarta-feira, 19 de março de 2014

A PRAÇA QUE NÃO É MAIS PRAÇA!

Era um terreno livre num lugarejo que se contorcia para crescer. O esforço valeu a pena e o lugarejo se transformou em cidade. Todos que nela viviam, estavam eufóricos, cuidavam dos bens públicos com carinho. Sem saber, eles exerciam o que hoje denominamos "cidadania". O tempo passou, a cidade cresceu, os homens ficaram egoístas e fecharam-se em si mesmo. O desânimo tomou conta de todos. E surgiram os oportunistas que tomaram conta dos negócios públicos. Como não tinham raízes no então lugarejo, não tinham amor pela terra, pouco se importaram com as necessidades da comunidade.
Havia outrora nesta cidade uma lugar aprazível, uma praça com árvores frondosas, bancos no jardim com gramado bem cuidado e flores com cheiro e cores, onde crianças brincavam alegres, enamorados passeavam de mãos dadas fazendo juras de amor. E velhinhos aposentados aproveitavam a aconchegante sombra das árvores que foram plantadas com carinho, para a prosa diária relembrando tempos de juventude e muito esforço para ajudar a cidade a se consolidar. mas aí, a ganância de homens maus falou mais alto, os dirigentes políticos foram cooptados e a praça deixou de pertencer ao povo.
Árvores foram arrancadas para dar lugar a construção que serviriam para instalar estabelecimentos comerciais, um abuso, pois o local é público. O sistema de iluminação deteriorou-se. Trabalhadores da Prefeitura teimosamente tentam manter o local limpo, mas são vencidos todos os dias por desocupados que transformaram a então praça em moradia. Com os desocupados vieram os traficantes de droga e os drogados. Vive ali, hoje, a escória da sociedade, que não se acanha de interpelar as pessoas pedindo dinheiro para o consumo de drogas diversas e bebidas alcoólicas, invadindo lojas e propriedades para furtar. E ameaçam quando não recebem dinheiro dos passantes e moradores do entorno.
Esta escória que não aceita ajuda de ninguém para um processo de recuperação, é proprietária desse espaço urbano. E os homens do Governo, o que estão fazendo para enfrentar o problema? Nada, continuam refugiados nos gabinetes confortáveis, preocupados com o status social e a engendrando maquinações para continuarem mandando na cidade e nos cidadãos. Não estão preocupados com nada, não tomam posição alguma. Nem mesmo prestam a mínima assistência social aos párias da sociedade. Desconhecem por completo essa chaga social.
O espaço urbano que um dia foi nominado Praça Sebastião Pereira Lima, ou Jardim Novo como a conhecia o povo, transformou-se por completo. Ao longo do tempo virou, ao arrepio da legislação, "lanchódromo", "centro empresarial", "praça de alimentação" e agora é simplesmente "cracolândia", "depósito de desocupados". Isto em plena região central da cidade, defronte ao Fórum da Comarca. Com o beneplácito e omissão dos homens e mulheres do serviço público. O retrato cruel, está lá, nesse lugar, nas 24 horas do dia, para quem diz não saber de nada. Como acreditar e apoiar politicamente os homens e mulheres que se intrometeram na administração desta cidade, se não se interessam por resolver um problema que está à vista de toda a comunidade?
A culpa, não é só daqueles que batem no peito e dizem que governam. A culpa, maior é de todos nós que não amamos mais nossa José Bonifácio, que nos acovardamos diante das pressões políticas e não defendemos e não fazemos valer nossos direitos como cidadãos. Somos cúmplices sim, do descaso e abominação que se espalha aqui. Infelizmente, não somos mais comprometidos com o exercício pleno da cidadania. Então, só nos resta lamentar sobre os escombros da geral incompetência.

sexta-feira, 7 de março de 2014

UNIFESP INCOMODA MORADORES EM OSASCO


Meu estimado amigo Ricardo Dias, Ator, Escritor, Jornalista, Professor Universitário e seus vizinhos em Osasco, região Oeste da Grande São Paulo, estão desolados. Ricardo mora nas imediações de um terreno pertencente à UNIFESP - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Ali, deveria ter sido iniciada as obras do Campus Osasco da Unifesp. Deveria. Mas não foi. E faz tempo, seis anos. A UNIFESP já ocupa as instalações da FAC-FITO, "doadas" pelo ex-Prefeito Emídio de Souza (PT), fato que gerou profunda comoção na cidade. A FAC-FITO, um primor educacional, despejada sumariamente, está em precárias instalações em imóvel construído as pressas. As informações que recebo dos inúmeros amigos de Osasco, relatam os prejuízos que essa medida provocou para a FAC-FITO. Ao que parece, ela não sobreviverá, está na UTI em estado terminal. Lamentavelmente.

O terreno do campus comprado com dinheiro público pela UNIFESP, continua abandonado, servindo como depósito de lixo de todo tipo, despejo de animais mortos, ponto de encontro de pessoas desocupadas e drogados. Transformou-se em chaga urbana na cidade. Posso imaginar o que isso causa de incômodo à população do seu entorno. Pois bem, Ricardo publicou no Facebook um apelo dramático visando sensibilizar quem de direito para solucionar o problema comunitário. Eis o que ele postou:

“Prezada reitora da UNIFESP Osasco

Em meu nome e em nome de moradores das imediações do futuro campus da UNIFESP, venho lembra-la das péssimas condições de conservação em que se encontra o local, tomado por lixo, e verdadeiro criadouro de ratos e baratas. Além de que, tornou-se ponto de encontro de marginais e de desova de carcaças de automóveis depenadas e carbonizadas. Quando soubemos que o terreno havia sido adquirido pela UNIFESP, ficamos contentes e na expectativa de que o local fosse usado para que se estabelecesse em nossa cidade, uma das mais respeitadas Universidades do País. No entanto, seis anos depois, poucas pessoas acreditam que isso um dia venha a acontecer, e só lamentam que o terreno hoje seja de propriedade da Instituição. Eu ainda acredito que os senhores vão tomar providências a respeito, mas, por favor, é preciso que isso seja feito logo. Venham até aqui, tomem posse do terreno, façam um trabalho social com os moradores das proximidades, deem-nos um prazo, uma perspectiva. Até quando vamos ficar esperando uma atitude dos senhores? Por favor”.

Ricardo é pessoa de bem, educado ao extremo, boa alma, incapaz de fazer mal a uma simples borboleta, quanto mais ao ser humano. Um gentleman, cavalheiro. Conheço-o profundamente, são longos anos de amizade verdadeira e convivência profissional. Se ele reclama numa rede social é porque as queixas que não são só suas, mas da comunidade de Osasco, não estão sendo ouvidas. Queria eu ter a paciência e a educação que o nobre colega Ricardo Dias demonstra. Mas não sou como ele. Então, aqui está: Prefeito Jorge Lapas, Secretário de Obras, Polícia Militar de Osasco, Polícia Civil de Osasco, Câmara de Vereadores de Osasco, Bispo de Osasco, Padres de Quitauna, Pastores Evangélicos de Osasco, OAB, Emancipadores de Osasco, Imprensa de Osasco, Povo de Osasco, onde estão todos que não enfrentam e não resolvem esse problema vergonhoso na minha querida cidade? Vamos agir meus camaradas. Até quando esse descaso com o bairro e o povo? Por que vocês dirigentes  Executivos, não ajuízam ação judicial para obrigar a Diretoria da UNIFESP e por extensão o Governo Federal a qual é subordinada, para equacionar essa coisa danosa para o Município? Desculpem-me, mas não posso me calar ante essa vergonhosa situação. O povo merece respeito.

Fico surpreso e intrigado também, por que a Imprensa local como um todo, não coloca a mão dentro desse vespeiro chamado "UNIFESP EM OSASCO" que ainda vejo até prova em contrário, como uma terrível enganação e ninguém do "Poder Político" consegue explicar. Alô colegas jornalistas de Osasco, eis aqui uma excelente pauta. Digam isso aos patrões donos dos jornais, eles que são meus amigos, e falem que sou eu que estou cobrando uma explicação e uma matéria definitiva sobre o caso. Não só eu em particular, mas a maioria da população de Osasco, incomodada até hoje com essa história nebulosa chamada “Campus da UNIFESP em Osasco”.  Que não pensem que é intromissão minha neste assunto. Passei grande parte da minha vida, os melhores anos, estudando, morando e trabalhando em Osasco. Minha família está aí. Muitos dos meus antepassados estão sepultados aí. Meu filho nasceu ai. Não nasci nela, é verdade, mas tudo que sei e tenho foi conquistado com o suor que derramei neste chão abençoado, absorvendo com emoção principalmente o sentimento de luta e justiça pelos menos favorecidos. Contribuí, como pude, para a consolidação da autonomia e emancipação desta Osasco querida. E, se isto, minha vida de luta árdua e difícil em Osasco, não forem credenciais suficientes para reclamar ação e benefícios para o povo da minha “Cidade Trabalho”, atesto que sou por benemerência da Câmara Municipal, Cidadão Osasquense, título que muito me orgulha e que faço questão de ressaltar e ostentar.

Fica meu brado, meu chamamento, rememorando os heróicos emancipadores que conquistaram a autonomia desta gloriosa cidade de Osasco: À luta cidadãos! Osasco é nossa!

terça-feira, 4 de março de 2014

LUZ AMARELA NAS FINANÇAS DE JOSÉ BONIFÁCIO

Em plena Terça-Feira de Carnaval, pessoas divertindo-se de todas as formas, ouso imaginar que autoridades municipais terão desagradável surpresa quando retomarem o expediente na Quarta-Feira às 12h00. E, se buscarem informações sobre o dinheiro em caixa e a projeção para Março que efetivamente se inicia - pasmem - no dia 5, pois os demais foram consumidos pela folia de Momo, certamente levarão um choque. Em Março, a previsão do repasse federal referente ao FPM - Fundo de Participação dos Municípios, terá redução de surpreendentes 26,6%, o maior entre todas as Prefeituras da Região Noroeste do Estado. Em Fevereiro, a Prefeitura de José Bonifácio recebeu R$ 1,5 milhão e a previsão mais otimista para Março é chegar a R$ 1,1 milhão.
Claro que não é notícia para animar ninguém, muito menos o burgomestre Edmilson Pereira Alves. Penso que ele terá que usar muito a imaginação para contornar esse problema, pois a diferença fará uma falta danada. No mais previsível cenário, precisará adotar medidas administrativas antipáticas, apertando o cinto ao máximo e suprimindo gastos. E haja jogo de cintura, pois essa estimativa de queda no repasse calculada pelo economista François Bremaeker, do Observatório de Informações Municipais mesmo sendo negra é por demais otimista, já que a Confederação Nacional dos Municípios calcula em redução de até 32%. Considerando que em tese, o Ano de 2014 "começa depois do Carnaval", Quarta-Feira de Cinzas, portanto, o temor deve estar rondando a Administração Municipal, pois com notícias nada confortáveis na economia brasileira desaquecida, Copa do Mundo que é outro Carnaval, disputada no Brasil daqui há 100 dias, tudo gera muitas incertezas.
Prefeitos, como é o caso de José Bonifácio, usam os recursos do FPM para pagamento de salários dos servidores. Pessoalmente, preferiria revelar que as receitas da cidade estivessem favoráveis mas isto não é verdade. Não somos caso isolado no País. Mas isto nos afeta, dolorosamente. Redução do FPM implica em corte de gastos, supressão de investimentos em obras públicas, adiamento de alocação de recursos em convênios com o Estado e União, não às horas extras trabalhadas, menos veículos circulando, obras em andamento em compasso de espera.
Será preciso que o burgomestre dê ordens expressas a todos os setores, para adotarem o mais doloroso aperto do cinto. Ninguém pode ser privilegiado, sob pena do descontrole e de mútuas acusações perdulárias se instalar na máquina pública municipal. A prioridade é manutenção dos chamados serviços essenciais, saúde pública, limpeza urbana e transporte de alunos, etc. Tudo deve ser controlado ao extremo, desde energia elétrica, uso de material de consumo em geral, passando pelo cafezinho, e atingindo telefonemas, gasolina, etc. Tudo, absolutamente tudo, deve ser controlado com o máximo rigor, recomendam as mais comezinhas normas administrativas para que as finanças não entrem no vermelho em tempos de pré-crise. Se isso será feito pelo administrador,  é outra história.
Cabe a nós, cidadãos contribuintes, observarmos os passos e decisões do gestor público, pois como Presidente eleito pelos acionistas-eleitores para administrar a maior empresa da cidade, não podendo ele ceder à emoção para satisfazer a plateia. Mais do que isso, deve ter a coragem de vir a público e expor plenamente e com todos os números, o quadro econômico-administrativo da empresa que dirige, pedindo a colaboração dos "acionistas" para, juntos, enfrentarmos o momento de pré-crise.