Cidadãs e Cidadãos Brasileiros.
Com a mercê de Deus e aquiescência da maioria do povo desta
Nação, recebo a honrosa incumbência de responder pela Presidência do Brasil.
Coincidentemente hoje, 1º. de Janeiro, é o dia em que se festeja a
“Confraternização Universal”. Nada mais simbólico oportuno para propor a todos
nós que desarmemos os espíritos convulsionados por tantos desatinos vividos no
nosso País, e buscar a união para recolocar o Brasil no caminho da unidade
cívica, do progresso e do bem estar social. Não posso hoje, diante de tantos e
graves problemas, que este novo ciclo de administração pública seja festejado
com pompa e circunstância. A situação do País é gravíssima, tanto na economia,
como na decadência moral. Começamos operando sob um teto em frangalhos, seja na
área institucional e com reflexos que se espalham por todos os rincões desta
imensa Nação.
O governo está desacreditado por culpa de desacertos e
nefastas distorções administrativas e maledicências tão reconhecidas por todos.
Neste cenário terrível, não ouso propor promessa por mais simples que seja a
não ser aquilo que se refere ao trabalho diuturno e uma vontade férrea e
inabalável para corrigir as distorções e devolver a esperança que diluiu no
coração das pessoas. É assim, com essa disposição, que peço a união de todos
para que, juntos, possamos estancar a sangria econômica, eliminar a imoralidade
política e da gestão dos recursos públicos, atitudes estas, que propiciarão a
tão desejada e necessária reconstrução de tudo aquilo que está desfeito.
O Brasil é grande, o povo é bom, o verdadeiro espírito de
Nação não foi vencido. A esperança de que é possível ressurgir das cinzas não
se esvaiu por completo. Cada um de nós, ciente das adversidades presentes, sabe
quais atitudes devem ser tomadas. Tudo começa com a responsabilidade atribuída
ao Governante, mas este não tem o condão milagreiro nas mãos. Todos nós
devemos, doravante, nos ver como iguais, sem distinções hierárquicas. A árdua tarefa
da necessária reconstrução do Brasil exige que sejamos voluntária, imediata e
totalmente despidos de vaidades pessoais, de interesses particulares, de buscas
por vantagens escusas tanto no campo das ações particulares até nas relações
com os negócios públicos. Digo isto com convicção plena, pois não há outro
caminho para a tão desejada solução diante do enfrentamento da ruína do Estado.
As benesses distribuídas ao povo demonstram ao longo do
tempo, que o objetivo único era aprisionar consciências, enquanto surrupiavam o
Tesouro. Todos nós conhecemos a terrível sangria financeira que até aqui foi
vergonhosamente roubada em conluios escusos, em detrimento do atendimento das
necessidades básicas dos cidadãos brasileiros, como Saúde, Segurança, Educação,
Obras, Transportes, Saneamento Básico, Cultura, Ação Social, ou seja, em todas
as áreas da administração pública. São bilhões de Reais dos pesados impostos
regiamente cobrados do povo e do empresariado, que deixaram de ser aplicados de
forma correta e honesta.
Não podemos aceitar que um Governo comemore com euforia a
ampliação e farta concessão de benefício público financeiro aos compatriotas em
humilhante posição de mendicância. Estes não vivem com mãos estendidas à espera
de bolsas diversas, por opção ou desejo, mas porque estão oprimidos e à margem
da sociedade, por culpa da incompetência dos ditos governantes. Vejo como
terrível essa situação. Não seria melhor se comemorássemos todos, que o País
conseguiu diminuir a concessão de benefícios sociais? Isso sim é digno de ser
festejado, porque comprovaria que conseguimos promover de forma real e efetiva,
a inclusão social. Porém, sabemos nós que os benefícios ou bolsas, como
queiram, são usados como moeda de troca. O governo “dá” e em troca recebe os
necessários votos para ser mantido no poder. Vergonhoso, pecaminoso e
ultrajante est situação, que deveremos reverter com urgência. Quem precisar de
um benefício social do governo, que seja isto temporário e não a abjeta
escravidão econômica do “beneficiado”. Não seria melhor que recebessem estes,
apoio oficial para treinamento profissional em todas as áreas básicas e que em
pouco tempo, se tornassem produtivos e conseguissem com o esforço honesto,
recursos para levar o alimento à mesa da família? É isso que cuidaremos de
fazer a partir de agora.
Temos pela frente a tarefa hercúlea de convencer o
empresariado que doravante o Brasil tem um governo em que podem sim acreditar,
que devem retomar o planejamento das organizações comerciais e industriais,
promovendo a recuperação de setores essenciais devotando dias e noites de
trabalho e total energia para reconstruir a indústria ferroviária, a indústria
naval, a prospecção petrolífera, a construção dentro de parâmetros lógicas das
hidrovias e rodovias, e implantação de políticas viáveis para estimular a
construção civil e o agronegócio. Precisamos de mentes brilhantes e
compromissadas atuando em todos os ramos da economia nacional. A carga
tributária que é exigida do povo brasileiro e dos setores produtivos tem que
ser revisada para baixo imediatamente. Não é para o amanhã distante, mas para o
hoje presente. Não pode o Estado, extorquir quem produz, esta é a palavra
adequada em nome de uma manutenção perdulária do Erário. Isto não é política
econômica, isto é compulsão pela tomada do que deveria estar no bolso dos
homens e mulheres do nosso País.
O sistema educacional também tem que ser completamente
e com imediatismo revisado em todos os seus níveis de graduação. A função do
Estado deve ser propiciar condições para que todos, crianças, jovens e adultos,
aprendam de modo efetivo e consigam a colocação no mercado de trabalho que deve
ser competitivo e com qualificação reconhecida. Não podemos mais nos dar ao
luxo de pensar que estamos ensinando e alguém está aprendendo. Isso não é
verdade, bem sabemos. Patrocina-se uma quase farsa educacional que não
qualifica de forma adequada quem se dispõe a sentar em bancos escolares. Como
buscar a desejada qualificação técnica e profissional, sem o rigor de uma
disciplina e obediência à normas regimentais no ambiente de trabalho? Como
permitir que os Professores sejam reféns daqueles que se postam frente à sua
bancada em sala de aula, ameaçados e sem poder de ação, diante de tantos e
nefastos “direitos concedidos” de uma plateia que não deseja aprender? Não,
brasileiras e brasileiros, tem que ser remodelada a partir de hoje este quadro
dantesco no sistema educacional. Não abriremos mão de corrigir esta distorção
abjeta. A que ponto chegamos, com as “leis e concessões”, ao flagrante estágio
do absurdo no sistema educacional.
Diariamente, a partir de hoje, diremos abertamente à
Nação o que estamos fazendo e o que deve ser feito. Sei do desconforto que isso
causará, porque nos acostumamos à leviandade, ao nefasto comodismo, à
manutenção falsa do estágio econômico e social, mesmo que tudo isso seja
negativo para o Brasil e para o povo. Temos que extirpar esse tumor maligno que
invade todo o corpo do País. A metástase é imensa, mas a ação cirúrgica radical
precisa ser imediata para restaurar a normalidade do corpo do Estado. As
instituições legais tem que seguir à risca suas responsabilidades, seja no
Executivo, no Judiciário e nos Legislativos. Essa é a missão que vamos
realizar. A Segurança do Estado como um tudo, aqui consubstanciada pela responsabilidade
constitucional do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícias Militares Estaduais
e Civis, Polícia Federal e de todos os organismos legalmente existentes, está
depositada nestas mãos. Que as Leis sejam cumpridas e infratores punidos
conforme os preceitos judiciais existentes. Não devemos tolerar ou aceitar
digressões de quem quer que seja. Afirmo com plena convicção, que ninguém,
figura pública ou privada, por mais poder político, institucional ou financeiro
que detenha ou represente, deve estar e agir acima das Leis ou usufruir de
vantagens indevidas. Todos os cidadãos são iguais e em nome destes, a
observância das leis e regras tem que ser exercidas.
Percebem todos, que tudo é exigência e
responsabilidade de cada brasileiro e brasileira. do ainda próspero ao mais
humilde cidadão para que a Nação possa ser reconstruída em bases sólidas e
definitivas. Precisamos assumir este comprometimento com missão de retomada de
crescimento econômico em bases sólidas, para que a recuperação social
individual seja viável. Não é a busca por milagre nacional, mas sim o ato de
agir para mudar o que está errado, para fazer o certo. Brasileiros e
brasileiras têm esta responsabilidade pessoal. O Brasil pede isso. O futuro
promissor depende do que faremos a partir de hoje. Não podemos mais aceitar
fracassos. Não podemos continuar errando. Já aprendemos demasiado com as
agruras. O tempo é de mudança radical e efetiva, consolidada para o bem geral.
O Brasil precisa de você. Nós podemos ser a Nação tão sonhada. Nós queremos que
isto se materialize. Só depende da consciência de cada cidadão e cidadã.
Ninguém descerá sobre uma nuvem e estenderá a mão para que a recuperação seja
materializada. Precisamos agir, deixar de lado o comodismo. Precisamos fazer.
Então, mãos à obra, porque nada mais pode ser adiado.
Obrigado.