sexta-feira, 19 de julho de 2013

E, de repente, ecoou o som da corneta...
 
Desculpas devo, aos gentis amigos que me aplaudiram quando anunciei que ingressara no insondável mundo dos blogueiros. Estão frustrados, tenho certeza, pois esperaram no dia seguinte à primeira postagem, a sequencia do trabalho proposto. Compromissos profissionais sugiram como num passe de mágica e não tive como deles fugir. Cumprida a missão, uma gripe monstruosa nocauteou-me, ficando por uma semana inteira acamado, impossibilitado de trabalhar e sob cuidados médicos, a atenção da diligente e fiscalizadora esposa Heloísa, e esta, com disciplina de caserna, obrigando-me a seguir a risca as recomendações prescritas. Hoje, quase recomposto, estou retornando à ativa. 
Deparo-me com jornal O Regional, em sua edição desta Sexta-Feira, publicando editorial em que nominalmente sou citado. Senti-me envaidecido com a leitura e a especial deferência dos editores do semanário bonifaciano, Josy Vicentim Bucater e Marco Bucater. Todo mundo na cidade sabe do meu ímpeto combativo quando se trata de defender interesses coletivos. Tem sido assim ao longo de minha vida profissional. Não pactuo com meios termos e isto tem me brindado com querelas diárias. Até aqui, tem me favorecido as vitórias, que não são minhas, mas da comunidade. Foi assim em Osasco na Grande São Paulo e agora é aqui, na cidade natal.
Em Abril, convidado pelo Diretor da Rádio Vale do Tietê, o jovem e também entusiasta e abnegado advogado Rogério Ingracia Victar, assumi a produção e apresentação do programa "Cidade Aberta". O nome do programa já diz tudo. Tenho absoluta convicção de que neste curto espaço de tempo, estou desagradando interesses políticos poderosos e... também daqueles que preferem viver à sombra dessas benesses. Pouco me importa, cada um faz da sua vida o que bem entender. Mas, quando ações e comportamentos pessoais ferem direitos coletivos, isto diz respeito a mim também. Senti-me insultado por ter sido chamado de "corneteiro" por um radialista, embora meu nome não tenha sido citado. Mas nem era preciso. O recado foi mais do que claro, e não fujo quando a carapuça me serve. Rebati com veemência ao insulto. Foi por isso que  O Regional, entendeu como válido mencionar o fato e publicar nesta Sexta-Feira, o editorial que ora transcrevo:
"Na semana passada, o jornalista e radialista Hairton Santiago foi chamado de “corneteiro” (expressão popular para adjetivar alguém que reclama de forma demasiada) durante uma entrevista oficial de quem deveria apenas prestar contas de como está conduzindo a chamada “coisa pública”. É claro que o jornalista respondeu à altura e nós, de O Regional, achamos válido o argumento de Santiago.
Entre outras respostas bem dadas, o jornalista explicou que “cornetar” a administração, seja ela em qualquer esfera, deveria ser encarado como algo benéfico, pois mostra a realidade nua e crua; mostra o que realmente o povo sente e deseja e aponta os caminhos aos governantes, em busca da solução dos problemas comunitários. A realidade é bem diferente do que mostram, na maioria das vezes, os puxa-sacos que bajulam quem está no poder, também na maioria das vezes somente preocupados com seus próprios interesses, principalmente na esfera pessoal.
Concordamos que o papel da imprensa é mesmo colocar o dedo nas feridas, cutucar a onça com a vara curta, abrir os olhos de quem está realmente interessado em ajudar o povo a melhorar sua condição de vida. Imprensa boa não é aquela que bajula em troca de atos oficiais, que “esquece” de mostrar os problemas e pensa que assim está coloborando com um sistema neutro que apenas ajuda o governante.
Imprensa boa mostra os defeitos, aponta o que é negativo, elogia se necessário, mas acima de tudo faz seu papel de elo entre o povo e o poder, seja ela qual for. Denunciar, criticar, “cornetar” faz parte de um sistema que mostra aos governantes a realidade dos fatos e não os maqueia em troca de favores e de benefícios.
Imprensa boa sabe que a verdade é dura e por mais que doa precisa ser dita.
Um governante inteligente sabe disso e ouve mais quem critica do que quem elogia sem fundamento. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse numa certa ocasião: “Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra”. Pronto. É isso."
Surpreendi-me ao ler o jornal nesta manhã. Agradeço pela citação do editorialista ao meu nome. Não havia pensado nisso antes, mas, o intempestivo insulto que recebi reanimou em mim o fôlego já cansado. Estou orgulhoso por ser neste deserto de "convenientes surdos", um corneteiro que goza do respeito do público ouvinte da emissora e da confiança do povo desta querida José Bonifácio. Q
uem quiser ouvir sonoras e verdadeiras "cornetadas" é só sintonizar a Rádio Vale do Tietê na frequência 1240 KHz AM aqui em José Bonifácio, ou pela internet www.radiovaledotiete.com.br de Segunda a Sexta Feira a partir das 11 horas.
Falando nisso, na Segunda Feira retorno ao microfone da emissora, para o agradável contato com os ouvintes do Cidade Aberta.

2 comentários:

  1. Como já disse , bom é para o soldado ouvir o som da corneta , pois ela avisa que um novo dia já raiou , usar esse adjetivo para insultar na forma perjurativa , aquele que todas as manhãs , anuncia a comunidade os feitos e acontecimentos públicos , administrativos ou não , vindo de um outro colega não soou bem ,
    Portanto o programa CIDADE ABERTA vai bem , e a comunidade agradece .mais uma vez o soldado volta a guerra ao som do clarim .

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