Assisti hoje, estarrecido, o vídeo divulgado pelo grupo
terrorista ISIS – aqui no Brasil reconhecido como Exército Islâmico – matando
por método cruel o piloto jordaniano que era mantido como refém. Confesso que é
preciso estômago forte para ver a cena do jovem piloto sendo morrendo sem a
menor chance de defesa. Os terroristas islâmicos colocaram o refém em uma
jaula, espalharam material inflamável sobre e dentro da mesma, criaram um canal
para levar o líquido inflamável até a cela, jogaram o combustível nas roupas do
prisioneiro e, simplesmente atearam fogo em tudo.
Ouvi os gritos terríveis do jovem piloto enquanto era
consumido pelas chamas. Quando tudo foi queimado, os assassinos simplesmente
usaram uma retroescavadeira para cobrir tudo com terra. Ressalto que todo o
crime foi assistido por considerável grupo fortemente armado e que cercava a
jaula onde o prisioneiro foi colocado. Observei o rosto destes “soldados”
cobertos para impedir a identificação, mas em alguns closes, os olhos
demonstravam um ódio cruel.
Não consigo pensar a palavra adequada para classificar este
sacrifício imposto ao prisioneiro. Aliás, o mesmo sadismo tem sido demonstrado
em execuções anteriores, como no caso dos dois jornalistas japoneses que,
obrigados a permanecerem ajoelhados, foram degolados sem o menor resquício de
piedade dos seus algozes. Estas cenas também me trouxeram à mente as imagens do
tempo de infância, quando vi galos e galinhas sendo degolados com facas
afiadíssimas para posteriormente serem servidos em almoços familiares. Minha mãe
nunca degolou suas galinhas, preferindo o puxão no pescoço, destroncando-as,
ato que também me assustava.
Retornando aos terroristas do ISIS, estes dizem agir em nome
de Allah, o Deus venerado pelos muçulmanos. Não justificam porém, a razão para
estes atos de insanidade e que em nada diferem dos atentados praticados em
outros lugares, por homens e mulheres, jovens adolescentes e até crianças, com
explosivos amarrados aos próprios corpos ou com os carros carregados com toneladas
de dinamite. Ninguém esqueceu até hoje, por exemplo, o atentado de 11 de
Setembro às torres do World Trade Center, nos Estados Unidos, quando aviões
sequestrados foram lançados sobre os referidos prédios, causando milhares de
mortos de uma só vez.
Como aceitar passivamente, que em nome de Allah, cometa-se
tantas atrocidades e mortes? Tenho sobre minha mesa de trabalho dois exemplares
do Alcorão, com edição bilíngue, e outro inteiramente em árabe. Já os li várias
vezes, mesmo não sendo muçulmano. O texto é belo, só expressa amor e
fraternidade, induz o crente a viver corretamente, em harmonia, para ter
direito a viver após sua morte no paraíso. Assim declara Maomé, o profeta do
Alcorão, inspirado por Allah. Os verdadeiros crentes muçulmanos não se cansam
de repetir que “Allah é nosso Deus e Maomé o seu profeta”.
Os atos de violência em centenas de locais no mundo
praticados por grupos extremistas que dizem ser muçulmanos, atemorizam os
“infiéis”, ou seja, todos aqueles que não professam a fé contida nos
ensinamentos do Alcorão. E conseguiram assim, com suas insanidades, rotular
todo o povo muçulmano como pessoas propensas ao mal. Mas isto não é verdade. Os
muçulmanos, os verdadeiros crentes, não compactuam com estas guerras, com os
atos terroristas, com os corpos de vítimas dilacerados em atentados de toda espécie. Também não
aprovam a ação do ISIS, os pescoços dos prisioneiros sendo cortados e, penso
eu, este mais recente, o de hoje, do piloto jordaniano sendo queimado vivo. Os
crentes muçulmanos também estão com medo e buscam saídas para impedir a
continuidade das chacinas, até agora sem conseguirem sucesso. Mas não é só o
ISIS que usa a violência. O Boko Haram é outro grupo que não demonstra piedade.
Os ataques na Nigéria mostram muito bem o circo de horrores, com milhares de
vítimas contabilizadas. A Al Qaeda ocupou espaço generoso no mundo do
terrorismo e hoje age mais no Afeganistão e Paquistão, mas seus tentáculos
estão espalhados em todos os cantos do planeta, mesmo com a morte de Bin Laden,
seu líder mais expoente.
Matar em nome de Allah, não é prerrogativa dos extremistas
ditos muçulmanos. Basta um olhar sobre a história, para defrontarmo-nos com os
Cavaleiros Templários passando pelo fio da espada os crentes muçulmanos, em
nome do Deus dos cristãos, sob as bênçãos de um Papa. Vem de longe, portanto,
ações bélicas escondidas sob o manto da religião, com a clara intenção
impositiva de que “o meu Deus é maior e único e me ordena acabar com a vida
daqueles que não o segue”. Sabemos hoje que o objetivo claro é outro, ou seja,
a posse física de territórios, a material de bens e riquezas naturais e, o que
é pior, subjugar pessoas e etnias. É em nome da religião que ataques terríveis
são perpetrados contra aldeias simplórias incrustradas em montanhas árabes, ou
do Afeganistão e Paquistão, ou no território sírio, egípcio, na Jordânia. E a
guerra entre os árabes e israelense? Tudo, em nome de Deus, para manter
territórios e as riquezas naturais.
A barbárie e a insanidade humana estão longe de terem um fim.
Tudo só terminará no dia em que os crentes muçulmanos, os cristãos, os
budistas, os espíritas, hindus, os católicos, evangélicos, os seguidores de
todas as denominações religiosas e até aqueles que dizem não acreditar em nada
e muito menos em divindades, decidirem que é preciso afastar o mal do coração e
olhar o semelhante com ternura, sem cobiça, seguindo fielmente aquilo que
professam, ou seja, o amor ao próximo e a Deus, ou Allah, Buda... estabelecendo
as condições tão desejadas para vivermos no paraíso, ainda aqui neste planeta
Terra, antes de ascendermos ao plano superior e desconhecido do outro lado da
vida. Até que isso não aconteça, continuaremos matando humanos e praticando
barbáries dando vazão à nossa sanha assassina.
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