terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

BARBÁRIE EM NOME DE DEUS!

Assisti hoje, estarrecido, o vídeo divulgado pelo grupo terrorista ISIS – aqui no Brasil reconhecido como Exército Islâmico – matando por método cruel o piloto jordaniano que era mantido como refém. Confesso que é preciso estômago forte para ver a cena do jovem piloto sendo morrendo sem a menor chance de defesa. Os terroristas islâmicos colocaram o refém em uma jaula, espalharam material inflamável sobre e dentro da mesma, criaram um canal para levar o líquido inflamável até a cela, jogaram o combustível nas roupas do prisioneiro e, simplesmente atearam fogo em tudo.
Ouvi os gritos terríveis do jovem piloto enquanto era consumido pelas chamas. Quando tudo foi queimado, os assassinos simplesmente usaram uma retroescavadeira para cobrir tudo com terra. Ressalto que todo o crime foi assistido por considerável grupo fortemente armado e que cercava a jaula onde o prisioneiro foi colocado. Observei o rosto destes “soldados” cobertos para impedir a identificação, mas em alguns closes, os olhos demonstravam um ódio cruel.
Não consigo pensar a palavra adequada para classificar este sacrifício imposto ao prisioneiro. Aliás, o mesmo sadismo tem sido demonstrado em execuções anteriores, como no caso dos dois jornalistas japoneses que, obrigados a permanecerem ajoelhados, foram degolados sem o menor resquício de piedade dos seus algozes. Estas cenas também me trouxeram à mente as imagens do tempo de infância, quando vi galos e galinhas sendo degolados com facas afiadíssimas para posteriormente serem servidos em almoços familiares. Minha mãe nunca degolou suas galinhas, preferindo o puxão no pescoço, destroncando-as, ato que também me assustava.
Retornando aos terroristas do ISIS, estes dizem agir em nome de Allah, o Deus venerado pelos muçulmanos. Não justificam porém, a razão para estes atos de insanidade e que em nada diferem dos atentados praticados em outros lugares, por homens e mulheres, jovens adolescentes e até crianças, com explosivos amarrados aos próprios corpos ou com os carros carregados com toneladas de dinamite. Ninguém esqueceu até hoje, por exemplo, o atentado de 11 de Setembro às torres do World Trade Center, nos Estados Unidos, quando aviões sequestrados foram lançados sobre os referidos prédios, causando milhares de mortos de uma só vez.
Como aceitar passivamente, que em nome de Allah, cometa-se tantas atrocidades e mortes? Tenho sobre minha mesa de trabalho dois exemplares do Alcorão, com edição bilíngue, e outro inteiramente em árabe. Já os li várias vezes, mesmo não sendo muçulmano. O texto é belo, só expressa amor e fraternidade, induz o crente a viver corretamente, em harmonia, para ter direito a viver após sua morte no paraíso. Assim declara Maomé, o profeta do Alcorão, inspirado por Allah. Os verdadeiros crentes muçulmanos não se cansam de repetir que “Allah é nosso Deus e Maomé o seu profeta”.
Os atos de violência em centenas de locais no mundo praticados por grupos extremistas que dizem ser muçulmanos, atemorizam os “infiéis”, ou seja, todos aqueles que não professam a fé contida nos ensinamentos do Alcorão. E conseguiram assim, com suas insanidades, rotular todo o povo muçulmano como pessoas propensas ao mal. Mas isto não é verdade. Os muçulmanos, os verdadeiros crentes, não compactuam com estas guerras, com os atos terroristas, com os corpos de vítimas dilacerados  em atentados de toda espécie. Também não aprovam a ação do ISIS, os pescoços dos prisioneiros sendo cortados e, penso eu, este mais recente, o de hoje, do piloto jordaniano sendo queimado vivo. Os crentes muçulmanos também estão com medo e buscam saídas para impedir a continuidade das chacinas, até agora sem conseguirem sucesso. Mas não é só o ISIS que usa a violência. O Boko Haram é outro grupo que não demonstra piedade. Os ataques na Nigéria mostram muito bem o circo de horrores, com milhares de vítimas contabilizadas. A Al Qaeda ocupou espaço generoso no mundo do terrorismo e hoje age mais no Afeganistão e Paquistão, mas seus tentáculos estão espalhados em todos os cantos do planeta, mesmo com a morte de Bin Laden, seu líder mais expoente.
Matar em nome de Allah, não é prerrogativa dos extremistas ditos muçulmanos. Basta um olhar sobre a história, para defrontarmo-nos com os Cavaleiros Templários passando pelo fio da espada os crentes muçulmanos, em nome do Deus dos cristãos, sob as bênçãos de um Papa. Vem de longe, portanto, ações bélicas escondidas sob o manto da religião, com a clara intenção impositiva de que “o meu Deus é maior e único e me ordena acabar com a vida daqueles que não o segue”. Sabemos hoje que o objetivo claro é outro, ou seja, a posse física de territórios, a material de bens e riquezas naturais e, o que é pior, subjugar pessoas e etnias. É em nome da religião que ataques terríveis são perpetrados contra aldeias simplórias incrustradas em montanhas árabes, ou do Afeganistão e Paquistão, ou no território sírio, egípcio, na Jordânia. E a guerra entre os árabes e israelense? Tudo, em nome de Deus, para manter territórios e as riquezas naturais.
A barbárie e a insanidade humana estão longe de terem um fim. Tudo só terminará no dia em que os crentes muçulmanos, os cristãos, os budistas, os espíritas, hindus, os católicos, evangélicos, os seguidores de todas as denominações religiosas e até aqueles que dizem não acreditar em nada e muito menos em divindades, decidirem que é preciso afastar o mal do coração e olhar o semelhante com ternura, sem cobiça, seguindo fielmente aquilo que professam, ou seja, o amor ao próximo e a Deus, ou Allah, Buda... estabelecendo as condições tão desejadas para vivermos no paraíso, ainda aqui neste planeta Terra, antes de ascendermos ao plano superior e desconhecido do outro lado da vida. Até que isso não aconteça, continuaremos matando humanos e praticando barbáries dando vazão à nossa sanha assassina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário